Venezuela: Lula reforça não reconhecer eleições e diz que Maduro terá de 'arcar com as consequências'

  • 30/08/2024
(Foto: Reprodução)
Presidente voltou a cobrar transparência na divulgação das atas das seções eleitorais. Lula ajustou o tom das declarações sobre a eleição venezuelana desde que foi criticado por afirmar que não havia observado nada de anormal na disputa, marcada por suspeitas de fraudes. Lula reforça que não reconhece reeleição de Maduro na Venezuela O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou nesta sexta-feira (3) que não reconhece a reeleição de Nicolás Maduro e voltou a cobrar transparência na divulgação das atas das seções eleitorais. Segundo Lula, que também não endossa a vitória da oposição, o presidente venezuelano "terá de arcar com as consequências do gesto dele". O líder brasileiro comentou a crise no país vizinho durante entrevista para uma rádio da Paraíba. Lula afirmou não ter "relação ideológica" com chefes de Estado e destacou que não cabia à Suprema Corte do país dar o parecer sobre as atas de votação, que até o momento não foram divulgadas. "Eu não aceito nem a vitória dele e nem a da oposição. Eu acho que tem um negócio, a oposição fala que ganhou, ele fala que ganhou, mas você não tem prova. Então, nós estamos exigindo a prova. Obviamente que ele tem o direito de não gostar porque eu falei que era importante que convocassem novas eleições", afirmou Lula. 'Exigimos ao mundo que não se metam nos assuntos internos da Venezuela', diz Maduro Na Venezuela, tanto o Conselho Nacional Eleitoral quanto a Suprema Corte são controlados pelo governo de Maduro, sucessor do ex-presidente Hugo Chávez, de quem Lula era amigo. Lula ajustou o tom das declarações sobre a eleição venezuelana desde que foi criticado por afirmar que não havia observado nada de anormal na disputa, marcada por suspeitas de fraudes. Uma série de países não reconheceu a reeleição de Maduro e entende que o opositor Edmundo González foi o vencedor (leia mais abaixo). O Brasil adotou tom de insistir na divulgação das atas e tenta manter o diálogo com o governo local. Lula declarou que "ajudou muito" a Venezuela, mas que Maduro terá de arcar com as consequências das decisões que tem tomando. "Eu quero cuidar do Brasil. O Maduro cuide de lá. Ele [Maduro] arque com as consequências do gesto dele. E eu arco com as consequências do meu gesto. Agora, eu tenho consciência política de que eu tentei ajudar muito, mas muito e muito", disse Lula. Representante da União Europeia disse que não reconhece a reeleição de Maduro Leonardo Fernandez Viloria/Reuters Reconhecimento da eleição Nesta segunda (26), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela afirmou ter acatado a decisão do mais alto tribunal do país de declarar Nicolás Maduro como vencedor das eleições presidenciais realizadas em 28 de julho. O TSJ havia declarado na quinta (22) reconhecer a reeleição do presidente venezuelano na votação de 28 de julho após ter realizado uma suposta revisão das atas eleitorais a mando de Maduro. A decisão do TSJ foi uma confirmação do resultado anunciado pelo CNE após a votação. Um diretor do CNE denunciou "falta de transparência e de veracidade" nos números divulgados pela autoridade eleitoral venezuelana nesta segunda (26). A Corte também proibiu a divulgação das atas eleitorais, que indicam o resultado da votação por zona eleitoral. A publicação das atas, que comprovariam o resultado do pleito, vinha sendo cobrada pela oposição e pela comunidade internacional. Segundo o próprio TSJ, a decisão da Corte é "inapelável". A decisão do TSJ foi rejeitada pela oposição venezuelana e por países como EUA, União Europeia e outros da América do Sul, que pediram novamente a publicação integral das atas. O Tribunal Supremo também considerou que o candidato da oposição, Edmundo González, está sujeito a sanções por cometer o que foi considerado desacato à Justiça ao não comparecer a audiências convocadas pelo Judiciário após a eleição. O CNE havia proclamado a vitória de Maduro no dia seguinte à votação, em 29 de julho, e outra vez dias depois, no início de agosto. No entanto, as atas eleitorais nunca foram publicadas.

FONTE: https://g1.globo.com/politica/noticia/2024/08/30/venezuela-lula-reforca-nao-reconhecer-eleicoes-e-diz-que-maduro-tera-de-arcar-com-as-consequencias-do-seu-gesto.ghtml


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